No ar, cheiro de papel novo e de tinta fresca.

( José André Roberto Mazer )

 

 

  • Presidir uma confraria não é tarefa fácil e, diga-se ainda, que é de extrema responsabilidade aquilatar esta primeira produção literária da Asel, publicada com recursos próprios. Nela, o leitor tem em mãos, desfilando por suas páginas, pensamentos de 22 dos seus integrantes, amantes da leitura, com características próprias, que mesmo vivendo e pensando de forma diferente, construíram uma obra coletiva, em que os textos mostram significativa pluralidade e a perspicácia ímpar de cada autor. Sem dúvida, a obra permite ao leitor viajar em agradáveis e envolventes ideias.
  • Segundo Carrière “o livro é como a colher, o martelo, a roda ou a tesoura, uma vez inventados, não podem ser aprimorados”. Já as palavras vivem e morrem, pois a língua está em constante transformação. Não é estática, a todo momento recebe as influências do cotidiano, fazendo surgir novos vocábulos, neologismos que em geral vão buscar formas no modo de viver e comunicar-se do povo. Norteador do homem no mundo, o livro impresso, mesmo não sendo mais a única forma de leitura, é o veículo escolhido pelos nossos confrades e confreiras para expressar sentimentos provindos da emoção e da sensibilidade literária de cada acadêmico.
  • Chegamos!  Somos chamados de imortais...
  • Noite de 31 de junho de 2007, assentou em meus pensamentos idealizar em nossa cidade uma Academia de Letras. E assim, nesse dia e ano, ela nasceu. Oficializada como pessoa jurídica, tem por finalidade o cultivo da língua portuguesa, incentivar a literatura e obter o congraçamento cultural entre os seus integrantes. Não seria utopia da minha parte projetar que, ao preencher o limite máximo de suas 40 cadeiras, ela - a Asel - seja considerada um epicentro da cultura literária de nossa cidade.
  • Cícero – estadista, orador e filósofo romano – “obi bene, ibi pátria” (onde se está bem, aí é a pátria) traduz o meu sentimento de amor incondicional por esta confraria. Nas reuniões acadêmicas, realizadas todas as primeiras segundas-feiras de cada mês, no anfiteatro da Secretaria de Cultura e Turismo, realizo-me, sinto-me bem, portanto, a Asel tornou-se minha casa e, por que não, minha família.
  • Destarte, devo lembrar que, pelo fato de uma obra acadêmica transcender gerações diferentes, ser redescoberta por novos públicos, vir a ter outros sentidos e visões diversas, principalmente  por manter acesa a chama da palavra e o que ela representa para a Literatura, entende-se que,  enquanto a obra do acadêmico permanece, ele não morre ! Daí, o fato de o acadêmico tornar- se imortal.
  • A vivência acadêmica nos mostra que todo escritor enfrenta pelo menos três problemas: escrever, publicar e ser lido. Daí, essa Casa das Letras cerrar compromisso entre todos os seus integrantes para acolher e oferecer orientação necessária nos passos a serem trilhados a todos que desejarem escrever e publicar livros.
  • A frase “Use uma camisa velha, mas adquira um livro novo” retrata bem este momento histórico que vivemos.  É a alegria, a satisfação de um passo a mais na estrada literária, noticiando o poder transformador do livro e da leitura.
  • Enfim, com essa primeira edição literária, a Academia Sertanezina de Letras decidiu alçar seu primeiro voo. Levar o incentivo e o brilho necessário para atrair e revelar novos acadêmicos, é o meu (nosso) desejo.
  • A todos, o crédito, meu respeito e toda minha gratidão.