FABÍOLA RIBEIRO TERRA BACCEGA

CADEIRA Nº 40

 

 

  • Sou quase nômade. Nasci em Dourados, Mato Grosso do Sul, estudei medicina em Uberlândia, MG e me especializei em Pediatria. Me casei com Antônio Baccega e me mudei para Sertãozinho, onde comecei minha profissão e minha família. Tenho 3 filhos, Augusto, Víctor e Arthur.
  • Em 2011 tive a honra de receber o título de cidadã sertanezina por indicação do então vereador Ricardo Almussa.
  • Em 2022 fui convidada a ingressar na Academia Sertanezina de Letras, convidada feito pelo colega Frank Bisson, ao qual aceitei com muito orgulho.
  • Desde sempre gostei de crianças e as escolhi para serem minhas pacientes. Desde sempre gostei de ler e rabiscar ideias. Escrevendo, aprendi que estou sempre gestando, parindo e cuidando.
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  • - Crônicas publicadas no livro Nuvens de Palavras, da Oficina de Crônicas, 2020.
        - Crônica publicada no livro “Prêmio Off Flip de Literatura, 2022.

 

 

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PATRONO

EUCLIDES RODRIGUES PIMENTA DA CUNHA

 

 

  • Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, vulgo Euclides da Cunha. Foi militar, engenheiro, jornalista e se meteu também a ser escritor. Entre artigos, ensaios, textos e reportagens, sua fama veio mesmo com o livro “Os Sertões”. Que não se confunda com outro escritor, que também escreveu um sertão.
  • Um o conheceu em terras quentes e secas da Bahia e, o outro, nos campos das Gerais. Sertão de mandacarus e sertão de buritis. Ambos lavam a alma e justificam as lutas dos homens.
  • Mas, volto ao Euclides, porque é dele que quero falar, apesar de ser apaixonada pelo outro. Ao chegar em Canudos como correspondente, esqueceu seu olhar jornalístico e passou a ver que lá ocorria mais do que apenas uma suposta revolta contra a República.
  • Viu, com olhos que escrevem, o sertanejo e a fome que o fustigava. Sentiu a fé e a coragem desse povo. Descobriu em Antônio Conselheiro mais do que apenas um líder revoltoso; conheceu nele a esperança de vida para uma gente seca e triste. Descreveu um Brasil que ainda hoje vive nas caatingas e nos ermos, nas casinhas de barro e no gado magro que busca a água a não existir nas cacimbas ressequidas.
  • Voltou diferente, como diferentes ficamos todos que cruzamos com a miséria e com o abismo sem fundo da vida de alguns. Em uma cabana, recluso e inspirado, passou cinco anos escrevendo o livro que se tornaria uma referência na história brasileira.
  • Escreveu: “É que não existe um Maudsley para as loucuras e os crimes das nacionalidades”. Quisera que esta frase não mais fosse verdade.
  • No sertão de águas infinitas e de verdes gigantes, esteve em expedição como engenheiro mas, mais uma vez, foi o escritor que, como eu, se apaixonou e desenhou, nos cadernos que levou, a majestade do lugar. Viajei com ele pelos rios amazônicos e senti novamente, em suas letras, meu êxtase.
  • Sucumbiu, aos 43 anos, a um dos sentimentos que nos caracterizam humanos e, por ciúmes, viu terminar sua vida física não sabendo que, hoje, eu estaria lembrando de sua existência.
  • “E tremo e choro – pressentindo – forte, vibrar, dentro em meu peito, fervoroso, esse excesso de vida – que é a morte”.