Lígia faz parte da ASEL desde sua fundação em 31 de julho de 2007 e tem como patrono Lucas Giácomo Battaglia, ocupando a cadeira n°14.
Nasceu no dia 10 de julho de 1946 em Altinópolis, cidade pequena e rica culturalmente, ambiente que estimulou seu desenvolvimento intelectual e amor às letras. Amante da leitura teve uma juventude engajada em movimentos como JEC - Juventude Estudantil Católica, e JUC- Juventude Universitária Católica.
Seu período na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São José do Rio Preto foi marcado por passeatas, coordenadas pela UNE, e oposição à ditadura.
Formou-se em Letras e posteriormente em Pedagogia tendo se dedicado ao ensino das línguas portuguesa e inglesa por mais de trinta anos. Em 1992, ao lado de outro professor, fundou a Escola Quarup, atualmente com cursos do ensino Infantil, Fundamental e Médio.
É moradora de Sertãozinho desde 1970, data de seu casamento com Antônio Saule.
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PATRONO
LUCAS GIÁCOMO BATTAGLIA
Lucas nasceu em Sertãozinho no dia 09 de março de 1903 sendo seus pais imigrantes italianos vindos da região de Toscana e Vêneto. Lucas não conheceu o pai, o mesmo morreu na epidemia de febre amarela um mês antes de seu nascimento. Ele foi alfabetizado por imigrantes italianos na Societá Italiana XX de setembro e falava italiano fluentemente.
Filho único, Lucas puxou para si a responsabilidade de uma vida tranqüila para sua sofrida mãe. Iniciou sua vida profissional ainda garoto como aprendiz de alfaiate, vindo posteriormente estabelecer-se na Rua Barão do Rio Branco onde trabalhou e morou a vida toda. Lucas facilitou o ingresso de jovens em sua alfaiataria dando-lhes oportunidade de aprender o ofício, dividindo seu conhecimento e experiência na alfaiataria.
Em 1930 casou-se com Ana Izolina Carilli e aconteceu um fato pitoresco. Ao amanhecer Lucas nem sabia que casaria neste mesmo dia. A família da namorada iria mudar para Ribeirão Preto; ela não podia ficar; Lucas não podia ir. Para resolver o impasse ele foi até a família da namorada e a pediu em casamento. Dirigiu-se à igreja matriz da qual era árduo colaborador, falou com Padre João Fon que solicitou autorização ao Bispo em Ribeirão Preto. Também recorreu ao senhor Gentil do Cartório de Registro Civil.
Tudo acertado muitas famílias amigas juntaram-se para providenciar comida e bebida para a festa. A confeitaria de Augusto Colli, em frente à igreja, ficou encarregada dos docinhos. Ao anoitecer Lucas e Izolina estavam casados. No dia seguinte foi tudo registrado em cartório e expedida a certidão de casamento. Tiveram seis filhos: Álvaro Sílvio, as gêmeas Lúcia (falecida ainda criança), e Lourdes Petrina, Lúcia (natimorta), José Cláudio e Bernadete.
A sociedade sertanezina sempre teve em Lucas um colaborador eficiente.
Foi um dos fundadores da Associação Beneficente Cultural e Recreativa de Sertãozinho da qual foi diretor por vários anos destacando-se por suas atividades no carnaval efervescente na época.Criava as alegorias para os carros que desfilavam pelas ruas de nossa cidade,decorava os salões de baile, sendo pessoa querida e requisitada.
Fundou o Clube da Mocidade Sertanezina e foi conselheiro e tesoureiro da Santa Casa de Misericórdia . Colaborador e um dos criadores do Asilo São Vicente de Paulo, hoje Casa Pia, empresta seu nome ao salão de festas. Ofereceu tudo de si aos idosos e fazia a contabilidade da casa também.
Uma grande paixão foi o teatro que teve nele uma das grandes e inesquecíveis figuras. Começou a ser ator trabalhando em peças infantis sob orientação de seus professores italianos. No teatro Lucas foi um pouco de tudo: diretor, cenógrafo, figurinista, costureiro, autor, ator e fotógrafo. De sua autoria destaca-se a peça cômica “Serapion qué Casá”. Lucas possuía um riquíssimo arquivo poético e dramático de diversos autores que cedia aos professores e interessados para usarem como apoio didático.
Foi diretor e um dos fundadores do Grêmio Dramático Rui Barbosa que participou de inúmeros festivais do teatro amador do Estado de São Paulo, conquistando várias premiações e o reconhecimento do público e da imprensa especializada, conseguindo motivar a cidade a ponto de o prefeito Antônio Paschoal oferecer-lhe um terreno para nele ser construído o seu próprio teatro. Vale lembrar que uma verba angariada com a peça Yá Yá Boneca foi dada à prefeitura tal era o empenho do grupo.
Foi firmado um convênio entre os governos municipal e estadual e iniciada a construção,em 1965,do Teatro Municipal de Sertãozinho que só foi concluído, porém, dezesseis anos depois na administração do então prefeito Waldyr Alceu Trigo. O teatro, cujo saguão principal exibe o nome Lucas Giácomo Battaglia, tem por patrona a professora Olympia Faria de Aguiar Adami.
Lucas, o menino sertanezino que nasceu órfão, faleceu em 30 de abril de 1990 aos 87 anos.Todos os seus descendentes sentem muito orgulho pelo trabalho que fizeram para o desenvolvimento de Sertãozinho.